A restituição do Simples Nacional é um direito de muitas empresas que recolhem impostos através desse regime simplificado, com a intenção de pagar uma carga tributária mais justa e menos burocrática.
No entanto, apesar da legislação brasileira estabelecer um prazo claro para a devolução dos valores pagos em excesso, muitas empresas estão enfrentando sérias dificuldades para obter essa restituição, com prazos sendo prolongados por meses.
Neste artigo, vamos esclarecer qual é o prazo para a restituição do Simples Nacional, como ele deveria funcionar e os problemas atuais enfrentados pelas empresas.
O que é a restituição do Simples Nacional?
O Simples Nacional é um regime tributário criado para facilitar o pagamento de impostos de microempresas e empresas de pequeno porte. A ideia é unificar os tributos federais, estaduais e municipais em uma única guia de pagamento, simplificando a burocracia e ajudando as empresas a manterem sua regularidade fiscal.
A restituição do Simples Nacional ocorre quando uma empresa paga um valor superior ao que realmente deve, seja por erro no preenchimento da guia ou por algum outro motivo. Nesses casos, a empresa tem o direito de solicitar a devolução dos valores pagos em excesso.
Qual é o prazo para a restituição do Simples Nacional?
De acordo com a legislação brasileira, mais especificamente a Lei Complementar nº 123, de 2006, que estabelece o Simples Nacional, a Receita Federal tem até 60 dias para efetuar a restituição dos valores pagos a maior pelas empresas.
Esse prazo começa a contar a partir do momento em que a Receita Federal recebe o pedido de restituição, feito geralmente por meio do Portal e-CAC ou do próprio sistema da Receita.
Esse prazo de 60 dias é claro e definido pela lei, o que garantiria que as empresas tivessem um retorno financeiro rápido, sem prejudicar o fluxo de caixa da organização. No entanto, o que muitas empresas têm relatado nos últimos anos é que esse prazo não está sendo cumprido.
Problemas enfrentados pelas empresas
Embora a legislação determine que a restituição do Simples Nacional deve ser realizada em até 60 dias, a realidade para muitas empresas tem sido bem diferente.
Vários empreendedores estão enfrentando uma verdadeira burocracia e demora excessiva da Receita Federal no processo de devolução dos valores pagos a maior.
Em alguns casos, empresas estão aguardando meses, até mesmo anos, para receber a restituição de tributos pagos indevidamente.
Isso ocorre por uma série de razões, incluindo o excesso de demanda nos processos da Receita Federal, falhas nos sistemas de processamento e, em muitos casos, a necessidade de revisão manual dos pedidos de restituição.
Além disso, a Receita Federal tem adotado critérios rigorosos de auditoria e análise dos pedidos, o que pode retardar ainda mais a devolução dos valores.
Para as empresas que já enfrentam dificuldades econômicas, a demora na restituição pode agravar ainda mais o cenário financeiro, comprometendo sua capacidade de investimento, pagamento de dívidas e até mesmo a continuidade das operações.
A falta de transparência no processo

Outro problema enfrentado pelas empresas é a falta de transparência no processo de restituição. Muitas vezes, os empresários não recebem informações claras sobre o andamento de seu pedido de restituição. O sistema da Receita Federal não oferece um retorno preciso sobre o status dos pedidos, o que gera incerteza e frustração.
Além disso, quando as empresas tentam entrar em contato com a Receita Federal para obter esclarecimentos, a comunicação nem sempre é eficiente. A falta de canais rápidos e eficientes de atendimento agrava o problema, tornando o processo ainda mais demorado.
O que fazer quando o prazo para restituição do Simples Nacional não é cumprido?
Diante da falta de cumprimento do prazo legal de 60 dias para a restituição do Simples Nacional, as empresas podem adotar algumas medidas para tentar acelerar o processo e garantir seus direitos.
- Acompanhamento do pedido: o primeiro passo é monitorar de perto o andamento do pedido de restituição no sistema da Receita Federal. É possível acessar o status da solicitação diretamente no Portal e-CAC. Caso o processo esteja demorando mais do que o esperado, o empresário pode verificar se houve algum erro ou pendência que esteja impedindo a restituição;
- Consulta a um contador especializado: se o prazo de 60 dias já foi ultrapassado e não há previsão para a devolução, é recomendável que o empresário consulte um advogado especializado em direito tributário ou um contador que tenha experiência com o Simples Nacional. Esses profissionais podem ajudar a identificar o motivo da demora e orientá-lo sobre as medidas legais que podem ser tomadas para cobrar a devolução;
- Reclamação na ouvidoria da Receita Federal: outra alternativa é registrar uma reclamação na Ouvidoria da Receita Federal. A Ouvidoria é um canal que recebe manifestações de cidadãos e empresas que se sentem prejudicados pelos serviços prestados pela Receita Federal. Caso o pedido de restituição esteja demorando mais do que o previsto, a Ouvidoria pode ser um meio para cobrar agilidade;
- Ação judicial: quando todas as tentativas administrativas falham, a última alternativa é recorrer ao Judiciário. Em casos extremos, pode ser necessário ingressar com uma ação judicial para garantir a devolução dos valores pagos indevidamente. O judiciário pode determinar que a Receita Federal devolva o valor em um prazo mais curto, caso a demora cause prejuízos significativos à empresa.
O impacto da demora na restituição do Simples Nacional
A demora na restituição do Simples Nacional tem um impacto significativo nas finanças das pequenas e médias empresas.
Muitas dessas empresas dependem dos valores pagos a maior para cobrir custos operacionais, realizar novos investimentos ou quitar dívidas acumuladas.
O atraso no pagamento pode gerar dificuldades no fluxo de caixa, prejudicando a capacidade da empresa de operar de forma saudável.
Além disso, a incerteza gerada pela demora nas restituições pode afetar a confiança do empresário no sistema tributário. Muitos acabam optando por adiar outros pagamentos ou mesmo desistindo de pedir a restituição por achar que o processo será muito burocrático e demorado.
Conclusão
Embora a legislação seja clara e estabeleça um prazo de 60 dias para a restituição do Simples Nacional, a realidade enfrentada por muitas empresas é bem diferente.
A demora na devolução dos tributos pagos a maior tem sido uma constante para diversas organizações, comprometendo sua saúde financeira e criando um cenário de incerteza.
Empresas que estão enfrentando esse problema devem estar atentas ao prazo legal e buscar soluções, como o acompanhamento do processo, consulta a especialistas e, se necessário, ações judiciais. Conte com a Arte Fiscal neste processo.
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